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Crises modernas clamam novos modelos de logística alimentar

Agricultura local se torna ativo essencial para a economia das cidades

22/10/2020 18h39 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
Crises modernas clamam novos modelos de logística alimentar Foto: Agência Brasil

O Instituto Escolhas, associação sem fins lucrativos, que promove estudos e análises em busca de construções para o desenvolvimento sustentável lançou um documento informando que a produção e o abastecimento de alimentos nos centros urbanos não recebem mais a devida atenção nos debates municipais. De acordo com este texto, a separação entre a produção em localidades no interior e os circuitos de consumo nos centros urbanos geram “vulnerabilidades”, como altos custos de transporte, volatilidade dos preços e distribuição injusta entre os elos da cadeia, desperdício de alimentos e baixo acesso da população, sobretudo dos mais pobres, à comida fresca e de qualidade. “Eu acredito que alcançar a autosuficiencia é algo muito além do esforço municipal, pois envolve repensar toda a lógica de produção das terras ao redor das cidades, que aqui em nossa região é ocupada por cana de açúcar, por exemplo”, avalia Ivan Ervolino, cientista político graduado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e diretor de Estratégia da Sigalei, empresa que clipa e organiza informações referentes às leis aprovadas em diversos legislativos do país.

Em maio de 2018, o Brasil registrou uma severa greve dos caminhoneiros e atualmente está convivendo com a pandemia do Coronavírus, cujas crises mudou os hábitos de milhões de famílias urbanas, que passaram a cozinhar mais e a depender menos de restaurantes. Com isso, o abastecimento ganhou relevância, seja na quantidade de alimentos ou na qualidade, passando pelos preços altos (como no caso do arroz) e fortalecedo a prioridade da agricultura local. “A autosuficiencia é um movimento muito complexo, sendo que a garantia para abastecer uma cidade, passa sem dúvida, pela produção agrícola local”, opina Ervolino. “Além de dar mais opções para o administrador público, com relação a alimentação, podemos considerar que incentivar a agricultura familiar é reforçar mais um elo na cadeia econômica, pois terá alguém que planta, alguém que traz até a cidade, donos de estabelecimentos que conseguem comprar esse alimento a um preço mais acessível, esse estabelecimento vende mais, cresce, contrata mais gente e toda esta cadeia gera mais dinheiro para a cidade”, complementa.

Semeando Soluções

O Escolhas elenca um conjunto de medidas para apoiar a produção local. Uma delas é ofertar apoio financeiro e assistência técnica para modelos mais sustentáveis, com menos agrotóxicos e com estratégias de manejo preocupadas com a regeneração do solo. Outra é facilitar o acesso à terra, uma vez que sem propriedades não há produção. Isso é possível pela regularização de áreas ocupadas e pela destinação de novas áreas públicas. Este esforço passa por reconhecer a agricultura urbana nos planos diretores das cidades. Uma vez que o cultivo depende de água, o acesso a esse insumo é parte fundamental para promover a agricultura local. A redução da dependência de intermediários pode ser construída pelo estímulo às feiras públicas com estes produtores locais. A Prefeitura também pode usar seu poder de compra para privilegiar os produtores locais. E pode também dar visibilidade ao setor por meio de ações de levantamento de informações e mapeamento de demandas da população e dos próprios produtores. “Em síntese, a agricultura familiar é um pilar essencial, pois sustenta o consumo local além de ser um setor econômico relevante”, aprova o cientista da UFSCar.

Projetos sem Adubo

Analisando os planos de govenno de abastecimento alimentar dos prefeituráves da Capital da Tecnologia notamos que o prefeito Airton Garcia (PSL) ignora totalmente o tema, cujo procedimento foi corroborado pelos concorrentes Antonio Sasso (Pode), Erick Silva (PT), Júlio César (PL), Marina Melo (PSD) e Mestre Taroba Capoeira (Avante). Chico Loco (PSB) cita um reles apoio à agricultura familiar destacando o desenvolvimento em biotecnologias. Deonir Tofollo (SD) busca o fortalemcimento dos feirões ampliando os focos de produção alimentar. Leandro Guerreiro (Patriota) incentiva o consumo responsável combatendo o desperdício e fomentando um mercado de famílias produtoras rurais, através das hortas comunitárias. Netto Donato (PSDB) menciona agricultura familiar como modelo de economia solidária. Professor Ronaldo Mota (PSOL) abrange uma ampla política de Agroecologia e Produção Orgânica estimulando uma produção rural nos perímetros urbanos. Sérgio Ferrão (Republicanos) almeja comprar toda produção rural das famílias locais criando um CEASA municipal. “Com certeza a administração pública precisa ter um plano de incentivo, manutenção e expansão para esta questão”, enfatiza Ervolino.

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