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Edson Fermiano pede exoneração e deixa governo

Secretário vinha sendo esvaziado do papel de articulador político; exonerações foram a gota d’água

29/07/2022 10h57 - Atualizado há 2 anos Publicado por: Redação
Edson Fermiano pede exoneração e deixa governo

Após cinco anos e sete meses, Doutor Edson Fermiano pediu exoneração do cargo de Secretário de Governo. O pedido ocorreu na sexta-feira (29). A gota d’água para a exoneração foram as quase 30 demissões de cargos de confiança ligados a vereadores, publicadas no Diário Oficial de quinta-feira (28). Em entrevista ao site CidadeON, Fermiano ressaltou que não foi ouvido sobre as exonerações e ficou sabendo do assunto em cima da hora, quase no momento em que o Diário Oficial foi publicado.

Ao longo do primeiro mandato, Fermiano foi o principal articulador político do governo e conseguiu manter uma relação harmoniosa com o Legislativo e com os demais setores da sociedade. Ele era tido como o maestro do governo. Porém, nos últimos meses, seu papel como articulador vinha sendo esvaziado e outro auxiliares do prefeito passaram a articular, o que acabou gerando desgaste com os vereadores.

Na sessão ordinária de terça-feira (26), os parlamentares aprovarem a abertura de Comissão Processante contra o prefeito, por 18 votos a 3. A Prefeitura contra-atacou e publicou as exonerações de cargos de confiança ligados aos vereadores, incluindo cinco secretários. Os exonerados ajudaram na campanha vitoriosa do governo em 2020, porém a ligação com os vereadores pesou para a exoneração.

O Diário Oficial do dia 16 de julho havia trazido as exonerações de Jeferson Diego Moreira Alves, do cargo de Diretor de Projetos Urbanos da Secretaria Municipal de Habitação; Sdenir Ferreira Gomes do cargo de Diretor de Gestão e Fiscalização de Obras Públicas e Juliana Cristina de Souza do cargo de Subcomandante da Guarda Municipal. Os três tinham ligação com o vereador Paraná Filho (PSB).

Dias antes, o parlamentar foi o propositor de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta para investigar membros do alto escalão do governo por suposta interferência em uma licitação, no valor de R$ 53 milhões. Ele também foi o Presidente da CPI que apurou atos de improbidade administrativa na Prefeitura e PROHAB, que trouxe em seu relatório final, produzido pelo vereador Djalma Nery (PSOL), a indicação do cometimento de 10 crimes na Administração Municipal.

A aprovação da Comissão Processante foi a gota d’água para a deflagração da guerra entre Executivo e Legislativo. Em função do atual estado de saúde do Prefeito Airton Garcia, que não tem conseguido comparecer todos os dias no Paço Municipal, os vereadores criticaram o fato de alguns assessores próximos ao Prefeito estarem tomando as decisões que caberiam ao chefe do Executivo municipal.

Outro elemento que aumenta o clima de tensão entre Executivo e Legislativo são as denúncias de ameaças feitas a vereadores por parte de integrantes do governo municipal. Os vereadores Djalma Nery (PSOL) e Paraná Filho (PSB) relataram terem sofrido ameaças, em função da atuação nas CPIs.

Com a saída de Fermiano do cargo, a avaliação é de que o governo terá ainda mais dificuldades na articulação política e no diálogo com os vereadores. Com uma Comissão Processante e uma CPI abertas, o desfecho da situação tende a ser imprevisível e nada indica que a temperatura do cenário irá abaixar.

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