Kassab poderá ser o grande vencedor em São Carlos
O jogo de articulações políticas se acentuou nas últimas semanasem São Carloscom o anúncio da formação do Bloco Democrático – liderado por PPS, PP, PV, PSD e PRP – e a saída do PMDB da base governista e promete esquentar ainda mais nos próximos dias por conta do início do prazo das convenções partidárias que precisam ser realizadas até o final deste mês, visando às eleições municipais de outubro.
Nesse contexto, pela disposição das peças no tabuleiro político, o presidente e fundador do PSD, Gilberto Kassab (atual prefeito de São Paulo), poderá ser o grande vencedor das eleições são-carlenses.
Nota-se na atual conjuntura um isolamento da candidatura tucana, liderada por Paulo Altomani, cujo diálogo com o chamado Bloco Democrático parece cada vez mais impossível e com o DEM também se apresenta um tanto distante e tortuoso.
Também se vislumbra no horizonte político um certo esvaziamento do bloco governista, liderado pelo PT (de Oswaldo Barba e Newton Lima), com a iminente saída do PMDB e a provável migração do PSD e PR – ambos articulados por Kassab – para o Bloco Democrático. O PPL é outro partido a ter anunciado que deverá alçar voo próprio no pleito municipal.
Como se percebe, no horizonte político são-carlense, a disputa eleitoral será travada de fato por três grandes forças políticas: a do bloco governista (composta por PT, PTB, PDT e outros partidos), a do Bloco Democrático e a do PSDB que por ora deverá contar com o apoio do DEM.
A grande incógnita do momento recai exatamente sobre as forças da oposição, já que a chapa governista, ao que tudo indica, deverá ser composta por Oswaldo Barba (PT) e Marcos Martinelli (PTB).
No âmbito da oposição, o Bloco Democrático articula, a princípio, o lançamento de uma chapa encabeçada por Eduardo Cotrim (PMDB) e Walcinyr Bragatto (PV).
A dúvida maior persiste no papel do DEM no atual pleito municipal. A direção estadual do partido decidiu manter a dobradinha e indicar o vice na chapa encabeçada pelo PSDB.
A questão, porém, é o nome a ser indicado, já que os cotados para a legenda – o empresário Airton Garcia e o vereador Júlio César – se mostram reticentes a cumprir tal tarefa.
E é nesse contexto que a influência de Gilberto Kassab poderá ser decisiva no pleito são-carlense. Kassab também mantém estreito laço de amizade com o presidente estadual do DEM, deputado Jorge Tadeu Mudalen e poderá interferir, ainda que indiretamente, na composição desse partido no pleito são-carlense.
Se, por exemplo, não aceitar ser o vice de Altomani, além de esvaziar a candidatura tucana, Airton Garcia abre margem para um eventual apoio ao Bloco Democrático, ainda que sem a presença do DEM. E é nisso que aposta, aparentemente, o Bloco Democrático – também articulado por Gilberto Kassab – para ter reais chances de vencer a disputa pela prefeitura são-carlense.
No presente momento, reina o mais absoluto silêncio entre as lideranças do DEM são-carlense, enquanto os dados rolam febrilmente no cenário político, como se vê, manejados pelas forças locais e muito mais ainda pelos grandes caciques, Kassab que o diga.