Lazzarotto tece críticas ao modelo adotado para governar
O diretor jurídico do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Flavio Lazzarotto, que concorreu nas últimas eleições a prefeito de São Carlos, disse que o partido mesmo sem representação na Câmara Municipal irá fazer uma política de oposição ao novo governo do PSDB na cidade, pois acredita que mesmo com boas intenções, Paulo Altomani (PSDB) terá de cumprir a política neoliberal instituída pelos tucanos.
Para Lazzarotto, não é uma vaga no Legislativo que dará voz ao PSOL. “Temos meios de comunicação para mostrar a política tucana que é de apoio irrestrito ao empresariado e exclusão dos anseios da população”, declarou.
Avaliando o processo político que participou este ano, Lazzarotto afirmou que para o PSOL o resultado final foi positivo, tendo em vista, que conseguiram apresentar, mesmo com pouco espaço de tempo no rádio e TV, que é possível se ter um projeto administrativo diferenciado do vigente. “A gente sabe todos os outros partidos seguem o mesmo sistema”, disparou.
Ele exemplificou: A proposta do PMDB, feitas pelo então candidato Eduardo Cotrim, são contrárias às administrações já existentes do partido em outras cidades. “Nos debates eu bati que o Cotrim apresentou propostas que o PMDB nunca aplicou em cidades, que já administra e mesmo o Altomani colocou propostas que o PSDB não admite de forma alguma”.
Para Lazzarotto, o processo eleitoral não foi democrático pela escolha de um melhor candidato com propostas renovadoras. Ele afirmou que não foi o PSDB que ganhou na cidade e sim o PT que perdeu. “Muita gente chegou a comentar e que votou no PSDB, simplesmente porque querer tirar o PT do governo. Esses eleitores não votaram no partido, projetos e candidato que acreditava, e sim contra o outro partido”, afirmou.
Ele diz acreditar que a memória do brasileiro é curta politicamente, e o próprio PSDB pode sofrer a mesma interferência da sociedade, caso não consiga uma boa gestão da cidade. “O eleitor pode fazer o mesmo e voltar com o PT descartando a política tucana, mesmo sem conhecer as propostas petistas em uma futura eleição”, analisa.
O líder o PSOL, afirmou que a política neoliberal do PSDB, que governa o Estado há 20 anos não trouxe benefício à sociedade. São Paulo é o estado mais rico do Brasil. Tem muito dinheiro, um PIB (Produto Interno Bruto) maior que o da Argentina, e a forma que o PSDB governa esta somente voltada aos empresários, como ocorreu em São José dos Campos, no bairro do Pinheirinho, onde o governo estadual deu reintegração de posse para um terreno de mais de 1 milhão m² que pertence à massa falida de uma empresa do especulador Naji Nahas, este que é empresário libanês naturalizado brasileiro foi apontado pela Polícia Federal como responsável por lavar o dinheiro ilegalmente no mercado de capitais.
“Esta foi uma atuação criminosa e que gerou uma carta denúncia que chegou a Organizações dos Estados Americanos (OEA) e a comissão de Direitos Humanos da Câmara pedindo a condenação do Estado e Prefeitura. Para dar reintegração de posse a um bandido proibido de entrar em mais de 40 países, retiraram a força mais de 1600 famílias instaladas no espaço há quase uma década”, ressaltou.
Para mudar o quadro político e dar oportunidade a partido pequeno de mostrar o seu potencial de gestão, Lazzarotto afirmou que só quando ocorrer uma reforma política que traga entre outros itens financiamento público de campanha sem interferência do dinheiro vindo de grupos privados. “Mas isso esta muito longe de acontecer, fere diretamente o interesse da maioria do Congresso Nacional”, finaliza.