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Lei visa homenagear Cabeça Filho

16/05/2012 13h40 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Lei visa homenagear Cabeça Filho

O vereador Marquinho Amaral (PSDB) protocolou na tarde de segunda-feira, 14, na Câmara um projeto de lei que denomina a Casa do Trabalhador de Antônio Cabeça Filho.

Segundo contou o vereador, Cabeça Filho foi um baluarte do sindicalismo local e exerceu o mandato de vereador em São Carlos, chegando a ser candidato a prefeito nos anos 80. “Este ilustre sindicalista merece meu reconhecimento e homenagem, afinal, quando comecei na política em 1992, o Cabeça não se candidatou à sua reeleição e apoiou a minha candidatura ao pleito de vereador”, contou.

Marquinho lembrou também que o saudoso sindicalista foi perseguido pela ditadura militar sendo o único sãocarlense anistiado politicamente pelo Governo Federal. “Sua obra para o sindicalismo na cidade é incomparável”.

A Casa do Trabalhador de São Carlos, localizada na Avenida São Carlos, 1800, foi inaugurada em outubro de 2010, graças a um convênio da Municipalidade, através da Secretaria Municipal do Trabalho, Emprego e Renda, e o Ministério do Trabalho e Emprego. “Nada mais justo. Uma pessoa que sempre lutou em prol do trabalhador receber essa homenagem e ter seu saudoso nome consagrado na Casa do Trabalhador para a eternidade”.

O tucano conta que o projeto de lei deverá entrar em votação na sessão de hoje (terça-feira, 15) e, se aprovada pelos demais vereadores, vai para o prefeito Oswaldo Duarte sancionar e publicar em Diário Oficial, oficializando assim, a justa homenagem. “Espero contar com o apoio dos demais colegas para que possamos homenagear o Cabeça”, ressalta.

 

QUEM FOI – Antônio Cabeça Filho, formado bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais em 1975 pela Faculdade de Direito de São Carlos, fundou o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Carlos no dia 7 de maio de 1961, onde exerceu a presidência até novembro de 1986, voltando a ser o presidente ente dezembro de 1995 a dezembro de 2000.

O sindicalista participou de 11 Congressos Nacionais da categoria metalúrgica e de 11 Conclaves Estaduais do mesmo grupo, sempre integrando as comissões de teses e as presidindo. Cabeça também participou de 9 Congressos de Trabalhadores de outras categorias sindicais, realizados em diversos estados da federação, tendo ainda ativa participação em 3 Congressos Estaduais sobre Legislação Previdenciária, promovidos pelas Federações Estaduais de Trabalhadores.

Em 62, ele fundou o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Matão. Em 63, fundou o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de São Carlos. Cabeça também organizou e liderou em março de 64, trinta dias antes do Movimento Militar, o primeiro ato grevista dos operários metalúrgicos da cidade, tendo sido preso naquela ocasião. Já em 65, fundou a Associação dos Aposentados e Pensionistas de São Carlos, sendo até foi o presidente de honra até a sua morte.

Foi preso e conduzido para o DOPS – São Paulo, em agosto de 68, onde foi torturado, permanecendo ali por sete dias e, posteriormente, foi transferido para o DOI-COD do IIº Exército por dois dias, em razão de ter liderado movimento grevista no Frigorífico São Carlos do Pinhal, de triste memória, onde na repressão policial, dezenas de trabalhadores foram espancados e feridos a golpes de baionetas. Fundou ainda os sindicatos dos Profissionais Autônomos de Veículos Rodoviários de São Carlos em 87, dos Trabalhadores do Papel, Papelão e Cortiça de São Carlos em 91, e dos Empregados da Saúde de São Carlos e Ibaté em 92.

Na política, Cabeça Filho foi o vereador mais votado em duas eleições consecutivas (69/72 e 73/76) pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro) que ele ajudou a fundar o diretório em 68. No pleito de 76, obteve a segunda colocação dos cinco candidatos à Prefeitura de São Carlos. Foi presidente do MDB até a extinção do Bipartidarismo. Em 82, obteve a quarta colocação dos oito candidatos ao pleito Executivo, onde concorreu pelo PMDB. Já em 88, foi o oitavo colocado dos 266 candidatos ao Poder Legislativo, onde foi o 1º secretário da Câmara no período de 89 a 91, sendo que em 1990, exerceu as funções de secretário da Comissão Especial que elaborou a Lei Orgânica do município. Por consenso dos vereadores, foi eleito presidente da Câmara de São Carlos, com mandato de dois anos, renunciando em 12 de dezembro de 91, por motivos de foro íntimo.

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