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“Lula e Alckmin juntos é o franciscano com o demônio”, afirma Paulo Altomani

Ex-prefeito aposta na vitória do atual presidente, Jair Bolsonaro, ainda no primeiro turno

13/08/2022 23h10 - Atualizado há 2 anos Publicado por: Redação
“Lula e Alckmin juntos é o franciscano com o demônio”, afirma Paulo Altomani

“Ando pelas ruas de cabeça erguida, vou a todo lugar e não me nego a discutir qualquer tema com ninguém”

 

“Hoje posso afirmar que no governo dele não só tem bezerrada mamando, como também tem gato e cachorro. Tem uma gataiada mamando lá que, nossa, tá todo mundo bravo”

 

“Sou médico intensiva em empresas que estão na UTI com hemorragia profunda, mas sem morte cerebral”

 

De cabelos brancos e aos 73 anos, Paulo Altomani ganhou mais cabelos brancos, mas continua com a língua afiada e bastante polêmica. Atualmente filiado ao União Brasil e atuando como consultor de empresas, ele mantém, porém, sua atuação política. Está, juntamente com os ex-prefeitos e seus históricos adversários, Dagnone de Melo e Rubens Massúcio Rubinho, formando um grupo engajado na campanha pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) e pela eleição de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) ao governo paulista. Nesta entrevista exclusiva ele fala sobre seu governo, as eleições de 2 de outubro e também da atual guerra política travada em São Carlos.

 

PRIMEIRA PÁGINA – Como o senhor analisa as eleições de 2 de outubro?

PAULO ALTOMANI – Tanto em São Carlos como em todo o Brasil já há uma polarização, que reúne PT de um lado e os antipetistas de outro. O Ciro Gomes não conseguiu decolar e não vemos possiblidade de a terceira via emplacar. AS pesquisas não refletem o que vemos nas ruas. Na minha opinião, o Bolsonaro vai ganhar no primeiro turno. Tenho contratado pessoas para fazer pesquisas de fluxo e em São Carlos a diferença entre Bolsonaro e Lula é de dois para um ou de 70% a 30%. Então, se a posição de São Carlos se repetir em nível de Brasil, inclusive com o Bolsonaro crescendo no Nordeste, acredito que as pesquisas do Ibope e outros órgãos comandados pela Globo não traduzem em realidade.

 

PP – O senhor apoia algum candidato a governador?

ALTOMANI – Em São Paulo tenho um respeito pelo Rodrigo Garcia, mas estou trabalhando pela vitória do Tarcísio. É um grande engenheiro, tem muita capacidade.  Foi diretor do DNITT e ministro da Infraestrutura com grande trabalho realizado, um trabalho maravilhoso. É uma pessoa preparada e competente. Ele entrou em primeiro lugar na escola militar de engenharia. Nada contra o Garcia. Até porque quando eu era prefeito ele me ajudou muito no Poupatempo, no Bom Prato e tudo o mais. Mas acho que precisamos dar uma mudada e é bom reciclar para termos novas ideias e novos rumos. Se o Alckmin fosse candidato, o próprio Tarcísio não seria candidato, pois Alckmin fez um bom trabalho e se reelegeria com facilidade. A saída do Alckmin na disputa abriu caminho para ele ser governador. Quem viu o debate da Bandeirantes pôde conferir.

 

PP – Como o senhor analisa o alto número de candidatos a deputado em São Carlos?

ALTOMANI – Não existe união política em São Carlos. Então aparecem dez candidatos a deputado federal e vários candidatos a deputado estadual. As eleições para deputado estadual virou um verdadeiro trampolim para as eleições para vereador. Temos o Julio César que tem chances. Conversei com ele e ele tem trabalho em 30 cidades. Com relação aos demais, acredito que teremos poucas chances de eleger alguém. O Marcos Palermo foi secretário do prefeito Airton Garcia e fez um bom trabalho. Pode despontar também. Mas pelo MDB é muito difícil alguém de São Carlos se eleger. É diferente do passado quando São Carlos chegou a ter 3 deputados estaduais e dois federais, com o Zavaglia e o Ernesto Pereira Lopes como federais, o Vicente Botta, o Miguel Petrilli e o Antonio Donatto. Esta união política fez com que Ernesto Pereira Lopes trouxesse a UFSCar para cá e que Petrilli conseguisse a USP. Quando há união já grandes conquistas, como a Embrapa também, instalada no regime militar.

 

PP – O senhor concorda com a postura de Rodrigo Garcia de tentar ficar fora da polarização entre Lula e Bolsonaro?

ALTOMANI – É inegável que São Paulo avançou com os governos tucanos, como os de Mário Covas, Serra e Alckmin, mas ainda existem imensos desafios, como o da Cracolândia, que o governo de João Dória não resolveu. O político tem que ter posição. Não pode ser neutro. Tem que ter coragem de ter posição. Como digo publicamente que meu candidato a presidente é Bolsonaro e meu candidato a governador é Tarcísio. Também admiro muito o Ciro Gomes, foi um grande governador do Ceará e revolucionou a educação no Ceará. E foi o Ciro que abonou minha ficha no PSDB. Infelizmente, ele tem 5,8% e dificilmente chegaria ao segundo turno.

 

PP – Lideranças como Aloysio Nunes Ferreira preveem o fim do PSDB. O senhor concorda?

ALTOMANI – O PSDB tinha Fernando Henrique Cardoso, Mario Covas, Franco Montoro. Estes cumpriram as promessas. O governo de FCH mudou a cara do Brasil. Mas o PSDB sofreu percalços, como as denúncias contra os governadores mineiros, Aécio Neves e Eduardo Azeredo, que fizeram péssimos governos em Minas Gerais.  Outro problema foi a decisão de Alckmin de ser vice do Lula . Ao fazer isso ele colocou um pá de cal no PSDB. Isso abalou a credibilidade do partido.  Você veja, um franciscano que se une com o demônio e quando você vê as reuniões atuais deles, Alckmin parece uma freira na zona do meretrício, você começa a duvidar… Separando a política, tenho carinho e respeito muito grande com o ex-governador Geraldo Alckmin. Eu já falei com ele e disse: “olha governador, eu não posso concordar com isso, a não ser que o senhor garanta que o Lula morra no primeiro mês de governo, se ele ganhar, e o senhor possa assumir.  Mas ele, como presidente, e ninguém vota no vice, o senhor não contará com nosso apoio em São Carlos”.

 

PP – Como o senhor avalia o segundo governo do prefeito Airton Garcia

ALTOMANI – Com relação ao prefeito Airton Garcia, nada pessoal tenho contra ele. Sou até solidário ao tratamento que ele faz e que o deixa meio incapacitado de promover a gestão à frente da Prefeitura. Mas ele dizia que no nosso governo tinha uma bezerrada que ele iria desmamar. Hoje posso afirmar que no governo dele não só tem bezerrada mamando, como também tem gato e cachorro. Tem uma gataiada mamando lá que, nossa, tá todo mundo bravo. Não tenha nada contra a CPI da Câmara, que isso atrapalha a gestão da cidade, tira o foco do prefeito, tira o foco dos secretários. É óbvio que a CPI vai investigar e quem deve alguma coisa tem que pagar. E assim a vida da cidade continua. Mas esta discussão política atrapalha a imagem da cidade. Uma cidade que é a Cidade da Tecnologia tem a Câmara que é o extrato da sociedade. O Legislativo deve fiscalizar, mas não pode brigar. Não é saudável para a cidade e nem para o prefeito. Ele perdeu a dona Helena que é um sustentáculo, o secretário Mário Antunes e o Tundisi que são outros dois sustentáculos da gestão. Ele acabou perdendo recentemente o Edson Fermiano, que tinha um bom relacionamento com a Câmara Municipal. Então você vê, a partir do segundo ano vão saindo os pedaços já, com cada um cuidando dos próprios interesses e a bomba  toda sobra nas costas do prefeito.

 

PP – Este grupo que o senhor e outros ex-prefeitos estão formando, vai lançar candidato a prefeito em 2024?

ALTOMANI – Sim. Vamos trabalhar para ter candidato próprio. Vamos fazer o próximo prefeito de São Carlos. Estamos procurando alguém sério que com nosso apoio possa colocar São Carlos no lugar que ela merece.

 

PP – O candidato do grupo poderia ser Neto Donatto, segundo colocado nas duas últimas eleições  para prefeito?

ALTOMANI – Não, não…Este não tem gabarito e não sabe e não sabe formar time para ganhar uma eleição.   Quando ele exclui os políticos pelo passado e não exclui o avô dele e o nome dele, comete um grande erro. Não se elege nem para vereador…

 

PP – Atualmente o senhor trabalha como consultor de empresas?

ALTOMANI – Sou médico intensiva em empresas que estão na UTI com hemorragia profunda, mas sem morte cerebral. Estou aproveitando a experiência e capacidade de 40 anos de quem criou  e comandou empresas como a Hece Máquinas, a Latina e a Engemasa e outras. Estou tentando ajudar empresários da minha idade e que como todo mundo passa, por dificuldades. Ando pela cidade de cabeça erguida, sabendo que no nosso governo fizemos  26 mil cirurgias eletivas, 12 de cataratas, 14 mil de hérnia, vesícula, prótese, etc, entregamos 1.864 casas populares, fui o prefeito que mais dívidas pagou na história. Pagamos R$ 74 milhões e pactuei com a presidente Dilma Rousseff  reduzindo R$ 90 milhões da dívida , através de uma Medida provisória que ela fez para ajuda o então presidente de São Paulo, Fernando Haddad. Tínhamos R$ 230 de dívida e pagamos R$ 164, deixando o restante para o Airton pagar a R$ 300 mil ao mês. Foi assim que o Airton Garcia pôde, com o município fora do Serasa, emprestar dinheiro para recapear toda a cidade. Para alguns tapar buracos é mais importante, para mim é mias importante melhorar a vida das pessoas e socorrer os pobres. Está aí o AME, o Bom Prato, duas UPAs, as cinco USFs, funcionando. Tenho sentimento de dever cumprido. Ando pelas ruas de cabeça erguida, vou a todo lugar e não me nego a discutir qualquer tema com ninguém. Quando alguém contesta meu governo, mostro o que fizemos de bom e se ele preferia que o buraco fosse tapado, problema dele. Eu preferi salvar vidas.

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