Maioria do eleitorado brasileiro confia na apuração de votos
Cerca de um terço não avalia como seguro o atual sistema eleitoral
Uma pesquisa realizada pelo PoderData no período de 23 a 25 de novembro (segunda a quarta) indica que 64% do eleitorado brasileiro acredita no sistema eleitoral brasileiro, enquanto 28% desconfia deste método eletrônico. Este estudo também aponta que 8% dos entrevistados não souberam responder. O atraso na divulgação de resultados, registrado no primeiro turno das eleições municipais de 15 de novembro. gerou muita polêmica chegando a ser comparado com a confusão da eleição americana. Muitos grupos levantaram hashtags nas redes denunciando fraudes, mas sem qualquer comprovação consistente que chamasse atenção.
Em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes, este levantamento foi realizado com mais de 2.500 cidadãos, através de telefones celulares e fixos abrangendo o total de 479 municípios nas 27 unidades da Federação com margem de erro de 2 pontos percentuais. A pesquisa foi distribuída em grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica. Para encontrar o entrevistado padrão dentro quadro socioeconômico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram aferidas mais de 100 mil ligações.
Efeito Bolsonaro
O presidente da República já criticou diversas vezes o processo eleitoral brasileiro. Ele deseja a implementação de um sistema de votos impressos. Essa percepção parece influenciar sua base de apoio, segundo o PoderData. Dos que consideram o presidente “ótimo” ou “bom”, 46% acham que a contagem de votos no Brasil não é segura. Já entre seus opositores, 74% acreditam que o sistema é, sim, confiável. Os mais velhos, com 60 anos ou mais, os moradores da região Norte e os que ganham mais de 10 salários mínimos são os que mais, proporcionalmente, confiam no processo. Já os que têm de 45 a 59 anos, os moradores da região Nordeste e os que recebem de 2 a 5 salários mínimos são os que mais têm desconfianças sobre a contagem.
Segurança Garantida
Até agora, nenhuma fraude concreta foi descoberta no uso das urnas eletrônicas. Testes públicos de segurança foram realizados de 2009 a 2012 e nenhuma tentativa de adulteração dos sistemas ou dos resultados obteve sucesso. Um dos procedimentos de segurança que pode ser acompanhado pelo eleitor é a Cerimônia de Votação Paralela. Na véspera da eleição, em audiência pública, são sorteadas urnas para verificação.
Outro mecanismo bastante simples de verificação é a conferência do boletim de urna. Ao final da votação, o boletim com a apuração dos votos de uma seção transforma-se em documento público. Os resultados podem ser facilmente confrontados com aqueles publicados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na internet, seja pela conferência do resultado de cada seção eleitoral, seja pela conferência do resultado da totalização final.
