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Mantega é vigiado por Dilma e blindado por base

14/03/2012 13h00 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Mantega é vigiado por Dilma e blindado por base

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi preservado por governistas e até pela oposição durante audiência pública no Senado. As irregularidades na Casa da Moeda e as turbulências no Banco do Brasil e na Previ limitaram-se apenas a questionamentos pontuais.

Apesar disso, a presidente Dilma Rousseff manteve um olhar atento aos desdobramentos da reunião para saber o conteúdo das declarações do ministro e se ele estava sendo alvo da recente insatisfação da base aliada.

A audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) foi convocada há cerca de um mês quando o ministro estava mergulhado em turbulências políticas nas duas instituições, além de denúncias de irregularidades na Casa da Moeda. Mas Mantega acabou por ser questionado pelo líder do PSDB, Alvaro Dias (PR), com perguntas mais abrangentes e apenas de maneira passageira por Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

O único momento mais caloroso do debate ocorreu já na reta final da audiência pública quando Mantega voltou a ser questionado sobre as denúncias de irregularidades na Casa da Moeda pelo senador Mario Couto (PSDB-PA).

O tucano insistiu no questionamento sobre a relação entre Mantega e o ex-presidente do órgão Luiz Felipe Denucci, o que levou o ministro a se irritar com o senador. Mantega pediu, então, a intervenção do presidente da CAE, Delcídio Amaral (PT-MS), que garantisse sua palavra. E só, então, o debate retomou o curso normal.

Antes de Mario Couto, o debate havia sido bem morno por parte da oposição. O presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), usou o tempo para discursar sobre carga tributária e perda de competitividade da indústria, e não fez menção às denúncias de irregularidades.

Enquanto isso, os governistas centraram o debate nas questões econômicas, blindando o ministro da Fazenda ao não tocar no tema político, apesar do momento de insatisfação na base aliada do governo.

A presidente Dilma Rousseff acompanhou em detalhes o andamento da audiência pública de Mantega. Ela foi informada periodicamente sobre o recado econômico que o auxiliar estava passando para os senadores. Mas ela estava sobretudo interessada em saber sobre o desempenho da base aliada no questionamento ao ministro.

Os relatos foram repassados pelo porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, que acompanhou parte da sessão.

A presidente vive um momento tenso generalizado por toda a base. As cobranças são por maior participação no governo, melhora no relacionamento com o Palácio do Planalto e liberação de emendas parlamentares.

 

SEM TENSÃO

Também antes do discurso de Mario Couto, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) usou o tempo de introdução de pergunta para tripudiar da baixa intensidade das perguntas dos opositores.

“Está vendo, ministro, o senhor veio, discutiu com tanta tranquilidade as questões do Banco do Brasil e da Casa da Moeda. A oposição tem que discutir as grandes situações, a pressão sobre indústria, as turbulências na economia global. Me impressiona a oposição não fazer esse debate”, afirmou.

Com o tema político blindado, Mantega usou as quase quatro horas para despejar dados sobre crescimento da economia, guerra cambial, e medidas de estímulo. Sobre BB, Previ e Casa da Moeda, foram cerca de 14 minutos.

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