Marco Villa: “Oswaldo Barba larga na frente”

04/08/2012 15h42 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação

Na largada da corrida eleitoral de 2012, o prefeito Oswaldo Barba (PT), com dez partidos em sua coligação, larga na frente dos outros cinco concorrentes. A afirmação é do historiador e professor do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar, Marco Antônio Villa. Nesta entrevista ele avalia a situação política de São Carlos e as chances da oposição.

Primeira Página – Como o senhor vê a conjuntura política de São Carlos hoje?

Marco Villa – O quadro não é tão claro assim. Seis candidatos é um número alto. Notamos que a base sólida do prefeito Barba rachou. Ele perdeu o PMDB, que lança Eduardo Cotrim como concorrente e também o PPL, que tem como prefeiturável o José Benedito Sacomano.

PP – O senhor aponta algum favorito na disputa?

Villa – Como São Carlos ainda não tem dois turnos é muito complicado analisarmos o quadro eleitoral. É evidente que o favorito é o Barba. Quem está no poder tem sempre boas chances de reeleição.

PP – Como o senhor vê as chances da oposição?

Villa – A oposição não conseguiu construir uma alternativa ao longo dos últimos quatro anos e também não conseguiu manter-se unida. As chances maiores seriam numa união total da oposição, uma eleição plebiscitária. A oposição precisaria da força de todas as suas lideranças, como Paulo Altomani, Airton Garcia, Dagnone de Melo, Lobbe Neto e outros no mesmo grupo.

PP – As questões nacionais podem “contaminar” a disputa?

Villa – Não acredito que aas questões nacionais possam influenciar nas eleições de uma cidade como São Carlos. Não creio, por exemplo, que o julgamento do Mensalão acabe contaminando o debate eleitoral de São Carlos. A eleição municipal tem sempre como maior foco a questão local.

PP – São 12 anos de PT em São Carlos. O ciclo está acabando?

Villa – Esta  é uma situação que também varia no tempo e no espaço e depende de cada localidade. Em 1988, por exemplo, o PT elegeu o prefeito de São Bernardo do Campo e depois foi voltar o poder somente em 2008, após várias e várias derrotas. Por outro lado, em Ribeirão Preto já foi um partido fortíssimo com Antonio Palocci Filho e agora é um partido com candidato fraco. Em São Carlos são 12 anos de PT. Não posso dizer que é um ciclo que se esgota ou não. É difícil afirmar isso. Ter o Governo Federal apoiando com recursos e obras públicas em farta quantidade sempre ajuda. Não sei dizer se o ciclo acabou ou não. Eleição é uma fotografia do momento.

PP – E qual seria a fotografia de hoje?

Villa – Olha, na largada das eleições, neste início de julho, posso firmar que o Barba é o favorito. Isso não significa, de forma alguma, que ele já ganhou a disputa. O que podemos dizer é que, na largada, Barba sai na frente. Na fotografia de hoje, deste momento, o Barba está na frente. Precisamos analisar outros fatores, como a força das chapas de candidatos a vereadores, que é um fator que conta muito em disputas tão acirradas.

PP – Na sua opinião, como será a disputa?

Villa – A disputa municipal é sempre muito acirrada. São Carlos é uma cidade com um eleitorado bastante dividido. A história mostra que os eleitores se dividem em três grandes partes. O Barba tinha uma aliança sólida que se dividiu.

PP – A oposição tem chances?

Villa – Isso vai depender da competência da oposição. Para vencer o Barba é necessário ter um discurso factível, que convença ao eleitor comum que é possível se fazer uma gestão melhor do que a atual. É preciso se consolidar esta alternativa com um plano de governo e uma campanha que empolgue o povo são-carlense.