Polícia prende preventivamente manifestantes que ameaçaram Alexandre de Moraes
A Polícia Civil de São Paulo
prendeu preventivamente neste último sábado (16) o engenheiro Antônio Carlos
Bronzeri, da Frente Brasileira Conservadora, e Jurandir Pereira Alencar,
manifestantes acusados de ameaça, injúria e difamação contra o ministro
Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Os dois foram presos em
acampamento montado na Praça Abilio Soares, em frente à Assembleia Legislativa
de São Paulo, por policiais infiltrados.
A dupla que está recolhida no 15º Delegacia da
Polícia Civil de São Paulo já havia sido detida no último dia 2 durante
manifestação em frente à casa do ministro do Supremo, mas foi liberada mediante
restritivas. As detenções em flagrante resultaram ainda em uma segunda
investigação sobre novos delitos de desobediência, infração de medida sanitária
preventiva e incitação ao crime, indica a Polícia Civil.
Os mandados de prisão preventiva foram expedidos
pela juíza Ana Carolina Netto Mascarenhas no plantão judiciário deste sábado,
16, após a Antônio e Jurandir descumprirem as medidas que lhes foram impostas.
Na decisão, a magistrada destacou que o encarceramento era necessário porque
‘(Antônio e Jurandir) desrespeitaram o benefício da liberdade provisória
concedido, bem como para a garantia da ordem pública, imprescindível neste
momento vivido’.
Antônio e Jurandir eram parte do grupo de
manifestantes pró-Bolsonaro que fez um protesto no último 2, em frente ao
prédio onde Alexandre de Moraes tem residência, logo após o ministro suspender
a nomeação de Alexandre Ramagem, diretor da Agência Brasileira de Inteligência,
para a chefia da Polícia Federal.
Com uso de um megafone, cerca de 20
manifestantes, com carros parados na calçada cobertos com a bandeira do Brasil,
xingavam Moraes e pediam para que ele descesse até a rua. O ministro foi
chamado de “comunista que não gosta de polícia” e que estava “com
medo do Ramagem”. Jurandir e Antônio foram detidos na ocasião e depois
liberados mediante aplicação de medidas restritivas.
A dupla foi denunciada pelo Ministério Público
de São Paulo por crimes de ameaça, injúria e difamação, tendo o juiz Márcio
Lucio Falavigna Sauandag, da 22ª Vara Criminal de São Paulo, já aberto o
processo.
Assinada pela promotora Alexandra Milaré Toledo
Santos, a denúncia aponta que Bronzeri teria utilizado um alto-falante para
ameaçar o ministro, dizendo que ‘você e sua família jamais poderão sair nas
ruas deste país, nem daqui a vinte anos’ e ‘nós iremos defenestrá-los da terra’.
“Na mesma ocasião, os denunciados,
juntamente com os coautores não identificados, em via pública, aos olhares de
vizinhos e transeuntes, injuriaram e difamaram a vítima chamando-a, através do
microfone acoplado ao alto-falante, de ‘advogado do PCC’, ‘ladrão’, ‘corrupto’,
‘covarde’, ‘canalha’, ‘safado’, ‘veado’, ‘maricas’, dentre outras ofensas,
sendo toda a ação gravada por câmeras”, detalhou a promotora.
Bronzeri foi alvo na semana passada de
notícia-crime movida pelo governador João Doria (PSDB) após publicar vídeo no
Youtube defendendo aos moradores de São Paulo que reabrissem seus comércios e
chamá-lo em caso de empecilho para enxotar fiscais do governo ‘a pontapés’.
O advogado Fernando José da Costa, que defende o
governador, alega ter visto ‘crime de resistência’ nas declarações, visto que
decretos estaduais restringem a abertura de serviços apenas para aqueles
considerados essenciais. A medida foi adotada para reduzir o contágio pelo novo
coronavírus no Estado, epicentro da covid-19 no País.