São Carlos pode continuar sem deputados estaduais ou federais
Número alto de candidatos pode inviabilizar representação política na Assembleia Legislativa e Congresso Nacional a partir de 2023
Mesmo abrigando uma população de mais de 250 mil habitantes e contando com quase 200 mil eleitores, o município de São Carlos poderá continuar órfão de representatividade tanto na Câmara dos Deputados em Brasília quanto na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Para se ter uma ideia da falta de força política, São Carlos não elege um deputado federal desde 2014. Pelo menos sete políticos devem se lançar candidatos a uma cadeira na ALESP enquanto pelo menos quatro tentarão uma vaga no Congresso Nacional.
Desde que Lobbe se candidatou a federal em 2002, a “Capital da Tecnologia” nunca mais elegeu um estadual. Os últimos federais eleitos foram Lobbe Neto (PSDB) e Newton Lima (PT) em 2010. Lobbe ficou na suplência em 2014 e chegou a assumir uma cadeira no Congresso Nacional devido à saída de um dos titulares que se elegeu a prefeito. Porém, em 2018 Lobbe não conseguiu mais uma vez se eleger.
A questão é matemática. Os grupos políticos de São Carlos lançam um número exorbitante de candidatos, o que reduz a possiblidade da conquista de um grande número de votos. Para piorar, muitos eleitores votam em personalidades da televisão, do futebol ou das redes sociais, mesmo que estes candidatos não tenham qualquer compromisso com o município.
A overdose de candidatos em São Carlos se dá principalmente por dois motivos. O primeiro é a próxima eleição municipal. Muitas lideranças se lançam candidatos em busca de fortalecer seu nome na mídia e nas redes sociais buscando se eleger vereador no pleito seguinte. O segundo motivo é a pressão dos partidos políticos, que buscam coletar o maior número de candidatos possível para ampliar a votação geral e eleger seus candidatos mais fortes, utilizando os candidatos são-carlenses como “laranjas”.
Em meados dos anos 50, São Carlos chegou a ter quatro deputados ao mesmo tempo, sendo quatro deputados estaduais e um federal. No ano de 1954, Miguel Petrilli, Vicente Botta e Luiz Augusto de Oliveira foram eleitos deputados estaduais. Além deles, ainda havia o deputado federal Dr. Ernesto Pereira Lopes, que chegou a ser presidente da Câmara dos Deputados e ainda assumiu a Presidência da República por 102 dias. Nesta época o município avançou com várias conquistas, entre elas a instalação da Universidade Federal de São Carlos e das unidades da Embrapa.
Atualmente, por conta da falta de força política estadual e nacional, obras que beneficiaram São Carlos não andam. Um exemplo é a conclusão da duplicação da Rodovia Engenheiro Thales de Lorena Peixoto (SP-318) entre São Carlos e Ribeirão Preto, inaugurada há quatro anos e que não teve qualquer continuidade. Isso também explica porque programas sociais, como Poupatempo, AME, Bom Prato e FATEC demoraram tanto para ser implantados no município.
REGIÃO
Para piorar a situação, nas eleições de 2018 por conta da votação estrondosa de fenômenos como Eduardo Bolsonaro, Janaína Paschoal e Joyce Hasselman, entre outros, municípios da região também ficaram sem representantes. Há alguns anos, Nelson Marquezelli era deputado federal em Pirassununga, Dorival Braga era estadual em Porto Ferreira, Roberto Massafera também era estadual em Araraquara e Aldo Demarchi ocupava o mesmo cargo em Rio Claro. Atualmente, somente Demarchi ocupa a vaga, mesmo assim, somente após a cassação do mandato do titular, Arthur Duval.
POSSÍVEIS CANDIDATOS:
– Deputado Estadual
Julio César (PL)
Roselei Françoso (MDB)
Elton Carvalho (Republicano)
Djalma Nery (PSOL)
Equimarcílias Freire (Patriota)
Dé Alvim (Solidadariedade)
Luis Antônio Panone (PSD)
– Deputado Federal
Leandro Amaral (Patriota)
Marcos Palermo (MDB)
Andreia Tofollo (Solidariedade)
Augusto de Arruda Botelho (PSB)
