“Supremo foi arbitrário e feriu liberdade de expressão”, diz ativista
O Jornal Primeira Página falou, com exclusividade, com o
ativista Rodrigo Ribeiro, um dos alvos da operação da Polícia Federal, no
inquérito para investigar fake news, conduzido pelo Ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Morador de Araraquara, Rodrigo
também é assessor parlamentar do Deputado Estadual Douglas Garcia, outro alvo
da operação. Na opinião de Ribeiro, o inquérito é arbitrário e fere a liberdade
de expressão.
“Li a decisão do mandado de busca e apreensão. Para dar uma materialidade do
pedido, encontrei alguns tweets, infográficos, que o autor do inquérito fez
relacionando outros nomes. Mas o meu nome eu não vi em nada, nenhuma relação
com outras pessoas, para comprovar a necessidade de virem até minha casa. É um
inquérito arbitrário e desconexo, que feriu gravemente e escancaradamente a
minha liberdade de opinião”, relatou Ribeiro.
Ele disse ter estranhado a realização da operação em sua casa, pois não há nada
que o comprometa juridicamente ou criminalmente, e enxerga motivação política. “Se
o STF chegou até minha casa, foi simplesmente por eu ser assessor do deputado
Douglas Garcia e por fazer parte do Movimento Conservador. Se tentarem tomar
alguma medida mais dura em relação a mim, o objetivo é atacar o deputado que, além
de defender o presidente Bolsonaro, defende os valores cristãos e conservadores
na Assembleia”.
Na opinião de Ribeiro, a intenção do inquérito é cercear a liberdade de
expressão, principalmente em redes sociais. “O que está acontecendo é uma
narrativa, independente de comprovar crime ou não, para criminalizar a
liberdade de expressão no Brasil, que vem sendo exercida nas redes sociais”.
Por fim, Ribeiro vê a democracia em xeque. “Se isso não for parado, se os
órgãos competentes a zelar pela democracia não tomarem alguma atitude, veremos
jurisprudência para que outros juízes de variadas instâncias possam cometer
abusos como esse e colocar em risco a legalidade e a Constituição”.