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“Teremos uma abstenção bastante alta”

Para o consultor político Carlos Manhanelli, voto tornou-se, praticamente, facultativo

23/10/2020 06h44 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
“Teremos uma abstenção bastante alta” Foto: Divulgação

Uma pesquisa divulgada pelo site Poder360, realizada pelo Poder Data, apontou que 46% dos entrevistados não se sentem seguros para irem votar em 15 de novembro. Há 1 mês e meio, a mesma pergunta foi feita e o percentual era levemente maior (49%). Mas como a margem de erro é de 2 pontos percentuais, isso significa que não houve alteração estatística real. Outros 47% afirmam ter a intenção de comparecer à votação no dia 15 de novembro.

A reportagem fez contato com Carlos Manhanelli, mestre em Comunicação pela Universidade Metodista de São Paulo, fundador e Presidente da ABCOP (Associação Brasileira de Consultores Políticos). Ele atua na área de consultoria em comunicação política e marketing eleitoral desde 1974, coordenando várias campanhas no Brasil, na América Latina e África.

Na opinião do especialista, a abstenção será alta, não apenas pela pandemia. “Não só a questão da abstenção devido à pandemia, mas também porque existe a consciência que com uma pequena multa, você fica em dia com a Justiça Eleitoral. Além disso, existe a possibilidade de justificar a ausência pela internet. Então, a abstenção será alta, tanto pela pandemia, como pelo valor baixo da multa”.

Outro fator que pode influenciar, de acordo com Manhanelli são as pesquisas de intenção de votos. “As pesquisas de opinião pública podem influenciar mostrando que o candidato que o eleitor está pensando em votar está na frente, ele pode se abster do voto”.

Por fim, Manhanelli salientou que, em breve, os candidatos terão de fazer duas campanhas em uma. “O princípio democrático é que o voto seja facultativo, numa democracia plena é um direito, mas aqui no Brasil ele é um dever. Nas atuais condições, o voto está pseudamente configurado como obrigatório e caminha-se para que as pessoas vejam que podem não comparecer. Assim como nos EUA, poderemos ter duas campanhas por aqui: uma para convencer o eleitor a ir votar e outra para votar no candidato”.

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