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Vereador renuncia e volta ao cargo de Procurador

Dr. Fernando relata trajetória de acusações e processos que o afastaram do cargo de concurso e como deu a volta por cima

28/02/2021 15h49 - Atualizado há 3 anos Publicado por: Redação
Vereador renuncia e volta ao cargo de Procurador Foto: Divulgação

Após a carta de renúncia apresentada aos demais vereadores, na sessão da Câmara Municipal de Itirapina, realizada no último dia 22, Dr. Fernando Romero Olbrick (PSDB), 55 anos, advogado há mais de 30 anos, retornou ao seu cargo de origem e de concurso. Em seu lugar assumiu o comerciante, Antonio Eraldo da Silva (PSDB), de 52 anos, mais conhecido como “Cafu”.

Numa trajetória de acusações, desentendimentos, processos administrativos e judiciais, que se arrastaram por quase 8 anos, Dr. Fernando contou os motivos que o afastaram e o seu atual retorno à procuradoria municipal, além de prestar satisfação aos eleitores que confiaram o voto nele.

Até a campanha eleitoral de 2012, segundo Dr. Fernando, havia certa relação de amizade com o ex-prefeito José Maria Candido (Zé Maria), uma vez que trabalhava na prefeitura desde 1991, passando por três mandatos anteriores dele, sem problemas. “Já no governo de transição, em 2012, ele já fez um oficio ao prefeito da época, Dr. Omar de Oliveira Leite (PT), pedindo a redução da minha carga horaria e do meu salário e outros procedimentos que teria que adotar contra mim. Fui questioná-lo do que estava acontecendo e ele (Zé Maria) me chamou de ladrão, que eu roubava e começou a fazer várias acusações.”

A ORIGEM – De acordo com Dr. Fernando, a partir de janeiro de 2013, quando Zé Maria assumiu o cargo de prefeito, além da carga horária e salário reduzidos, teve que enfrentar 16 processos administrativos (sindicâncias) em apenas 6 meses. Segundo ele, com ajuda de funcionários comissionados da época, “de caso pensado e bem orquestrado”, fizeram uma varredura na vida dele e tudo que julgaram ‘errado’ denunciavam, abriam sindicâncias até que resultou numa primeira exoneração, em janeiro de 2015, e depois mais 5 outras.

“Durante 23 anos e 3 mandatos trabalhando com ele (Zé Maria), nunca tive um procedimento administrativo. Foi só em virtude da indisposição política que tive com ele, aí começaram as perseguições. Pior é que, mesmo resguardando o direito defesa e do contraditório, os processos administrativos ficavam a cargo do prefeito a decisão de demissão. Então, alguns processos me condenavam, outros me puniam com advertência, suspensão e  demissões”, relatou.

O PROCESSO – Em virtude da primeira exoneração, Dr. Fernando entrou na Justiça do Trabalho alegando perseguição. “Todos os motivos apontados por eles que causaram minha exoneração não eram de minha responsabilidade. Inclusive consegui provar no processo judicial que fui alvo de perseguição e espionagem e também apontei os erros de procedimento, porque os processos administrativos eram conduzidos pelos próprios cargos comissionados (de confiança do prefeito), claramente visando a minha saída.”

Diante dos fatos apresentados, de acordo com Dr. Fernando, a Justiça do Trabalho de primeira instância, concedeu a reintegração imediata ao cargo de Procurador, condicionando a não mais ocupar o cargo eletivo (vereador). “Não assumi quando saiu a sentença porque estava ocupando o cargo de vereador e de presidente da Câmara. Também tentei de tudo para verificar a possibilidade de continuar como vereador, mas a sentença foi bastante clara, ou um ou outro”, justificou.

O RETORNO – Dr. Fernando salientou que de volta à Prefeitura, irá atuar em conjunto com a prefeita Maria da Graça Zucchi Moraes que, segundo ele, deu a oportunidade dele fazer parte, não só como procurador, mas da própria administração municipal em termos de tomada de decisões. “Em virtude disso, eu retornei e acredito que vou poder ajuda muito as pessoas mesmo não estando no cargo de vereador.”

A EXPERIÊNCIA – Durante os 4 anos do primeiro mandato e apenas 1 mês deste segundo no legislativo municipal, Dr. Fernando disse que suas principais bandeiras foram a defesa do funcionalismo público municipal e das pessoas mais carentes. “Procurei olhar para todos os bairros e lutei com todas as forças da melhor forma possível, inclusive implantando a ‘Câmara Itinerante’, sucesso de participação e entrosamento entre poder público (legislativo) e população.”

Quando questionado sobre o que ficou como experiência neste período de vereança, Dr. Fernando disse que, além de ter conhecido muito mais de perto as reais necessidades da população, também pode observar que a política partidária não pode se tornar meio de vida e sim uma oportunidade de trabalhar para a comunidade. “Não generalizando, mas o político de carreira acaba deixando se levar pelo ‘vale tudo’ para permanecer ou conquistar o cargo eletivo o qual almeja. Se não ganhar ele critica, dificulta, só quer atrapalhar. Não pensa na população.”

O FUTURO – Para finalizar, Dr. Fernando afirmou que está empenhado em exercer o seu cargo de concurso, Procurador Jurídico do Município, colaborar com a administração e continuar a trabalhar em prol do interesse público. “Hoje volto ao meu cargo no executivo municipal, mas no futuro posso novamente ser candidato a vereador, prefeito ou vice que não precisarei mais abrir mão do meu cargo de procurador, pois terei a opção de salário e posso assumir cargo eletivo e, ao sair, voltar ao meu cargo de concurso. Reafirmo que continuarei a trabalhar para as pessoas que me elegeram e às que não votaram em mim também, para toda a nossa população.”

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