Klinsmann é recompensado por estratégia de recrutamento global
Nascido em Berlim, John Brooks fez o gol da vitória dos Estados Unidos sobre Gana a quatro minutos do final do jogo na segunda-feira, e a política do técnico alemão Jurgen Klinsmann de recrutar jogadores com dupla cidadania na Europa rendeu frutos.
Na vitória de 2 x 1 da partida do Grupo G, o meio-campista Jermaine Jones, de Frankfurt, foi sem dúvida o melhor jogador em campo, dominando seu setor e armando o gol de abertura de Clint Dempsey – e tudo isso deu um sabor alemão à conquista.
Embora seja improvável que ele se vanglorie, o resultado foi uma vingança para ex-jogadores alemães e para Klinsmann.
O técnico da seleção dos EUA enfrentou críticas por sua estratégia de buscar jogadores na Europa e no México para acrescentar aos talentos locais.
Brooks foi o herói, mas outro germano-norte-americano, Fabian Johnson, foi o responsável pelo ritmo e rendimento na lateral direita, e o ex-sub-21 islandês Aron Johannsson teve que trabalhar incansavelmente como atacante solo depois de entrar no lugar do contundido Jozy Altidore.
Bruce Arena, que treinou a seleção norte-americana nas Copas de 2002 e 2006, tem verbalizado suas críticas à política do sucessor, e pouco antes do Mundial deste ano também fez objeções à escolha de um estrangeiro como técnico do time dos Estados Unidos.
Outros se perguntaram se os germano-norte-americanos têm o mesmo comprometimento com a causa que seus colegas de equipe nascidos na pátria-mãe.
A hesitação aparente de jogadores como Timothy Chandler, vindo do futebol juvenil alemão, para se dedicar plenamente à seleção dos EUA fez as dúvidas crescerem.
Mas ficou claro que Klinsmann conseguiu melhorar suas opções e fortalecer sua escalação principal ao incluir filhos de funcionários norte-americanos que serviram na Alemanha, além de Johannsson e do meio-campista Mix Diskerud, nascido em Oslo.
Comentando as críticas de Arena, Klinsmann defendeu sua estratégia de recrutar talentos fora das fronteiras norte-americanas.
“O mundo está mudando. (O futebol) é um jogo global. Acredita que norte-americanos são norte-americanos, não importa se crescem no Japão, na África do Sul ou em Buenos Aires”, disse.
“Nosso trabalho é identificar os melhores talentos com passaporte norte-americano”, disse.
“Para mim, pessoalmente, os Estados Unidos são uma mistura, não somente dentro do país, mas uma mistura global”, afirmou.
E Klinsmann irá recorrer à sua mistura novamente nos jogos restantes do grupo contra Portugal e Alemanha.